“Agora eu era” é uma oficina-imersiva de pensamento filosófico, que se faz valer dos mais variados recursos das expressões artísticas para articular as suas questões e as suas respostas. 

Uma palavra de origem Indiana-Hindu lança luz sobre o que são estes encontros-formações: SatSang, 

que significa literalmente “ sentar-se no fogo da verdade”. 

Mas este fogo não queima o que é, só o que não é.

Assim, convidamos todos os interessados e interessadas a sentar-se connosco 

no exercício prazeroso de se ver vendo as coisas, 

de reflectir sobre o que acontece quando o pensamento é visto, 

como nuvens cruzando o fundo quieto e azul do céu.

Faremos, em conjunto, perguntas e jogos que permitirão partilhar o nosso processo de criação e observação, entregaremos nas mãos de quem queira os nossos utensílios- porque afinal eles estão mais próximos do que parece- para que o nosso modo de construir não seja só nosso, e possa ser replicado e reinventado com a maior liberdade e plasticidade possível.

Um jogo - como o é afinal já a relação teatral ou musical- um jogo que se alicerça numa busca contínua 

de uma gema de beleza e transformação, mas um jogo em que as regras são descobertas no próprio jogar.

Saltaremos , como Hermes, entre os sete trabalhos que unem a terra e os deuses,

brincando entre a re-presentação (o regresso, o chamamento, a evocação do que foi presente, 

mascarada, percurso de exúvias) e a presentação (exercício de presença mais pura, 

improviso, partilha, ser junto). “Agora eu era” é um convite ao in-sabido como coisa maravilhosa: 

um jogo que jogaremos juntos contra a edificação unívoca do real.